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Filosofia e linguagem na Antiguidade
→ Segundo
Aristóteles, o humano é um ser de linguagem, quer dizer, é a
linguagem que nos faz humanos.
→ Os
animais se comunicam entre si, mas apenas os humanos são portadores
de uma linguagem estruturada.
→ A
linguagem verbal é um sistema simbólico. Está baseada em palavras,
que são organizadas em frases e em conjuntos de frases.
→ As
palavras são símbolos, isto é, formas de representar alguma coisa,
seja um objeto, seja uma ação.
→ Platão
afirmava que a palavra é um pharmakon, não tendo valor
definitivamente positivo, podendo tanto ser usada para nos aproximar
das ideias verdadeiras por meio da dialética, quanto ser usada para
enganar.
→ Aristóteles,
não concordando inteiramente com Platão, foi talvez o primeiro
pensador a tentar mostrar que, embora as palavras sejam convenções,
existe uma série de regras de uso que permitem a construção de um
discurso verdadeiro, para além da relatividade das palavras. A
palavra é um pharmakon, mas é também um organon,
isto é, um instrumento do pensamento.
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A “virada linguística”
→ No
século XX ocorreria a “virada linguística”, isto é, uma
mudança de foco das preocupações da filosofia para a linguagem.
→ Em
sua primeira obra Ludwig Wittgenstein preocupa-se com a essência da
linguagem. A linguagem é um sistema de representação e, portanto,
é diferente e ao mesmo tempo semelhante ao mundo. O mundo é
composto de fatos, e o que a linguagem representa, por meio das
proposições, são os fatos. Linguagem e mundo estão
intrinsecamente ligados: quanto mais ampla a minha linguagem, mais
amplo é meu mundo; quanto mais amplo meu mundo e minha linguagem,
mais possibilidade de pensamento eu tenho.
→ Em
sua segunda obra Wittgenstein passa a considerar que o problema não
é a busca da essência da linguagem, visto que não existe A
linguagem, mas linguagens múltiplas, com os seus diferentes usos.
Cada um desses usos é um jogo com suas regras, elementos e formas de
funcionamento próprio. O que há são diferentes jogos de linguagem,
cada um com seus usos e regras. O significado de uma palavra,
portanto, depende do jogo para o qual ela é usada.
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Linguagem e cultura
→ A
linguagem é uma forma de expressão simbólica, por isso, segundo
Ernst Cassirer, podemos compreender o como “animal simbólico”,
pois é o ato de simbolizar que nos abre todo o universo da cultura.
→ Cultura
é o conjunto de tudo aquilo, no ambiente em que vivemos, que foi
produzido pelo ser humano por meio do trabalho. Percebe-se, portanto,
uma estreita ligação entre trabalho, cultura e linguagem:
produzimos cultura ao transformar o mundo por meio do trabalho, e
expressamos essas transformações por meio da linguagem. A produção
de linguagem é também uma forma trabalho, o que significa que
também a linguagem transforma o mundo.
→ Cultura
é o mundo transformado pelo ser humano, natureza é a parte do mundo
que não depende de nós, porém, não há aqui uma oposição: para
realizar seu trabalho como transformação, o ser humano atravessa o
mundo natural e é atravessado por ele.
→ A
cultura não são apenas os objetos, mas também uma “trama
simbólica”, produzida pela linguagem, na medida em que esta é a
forma de expressão dos seres humanos.
→ Mesmo
havendo distinções entre cultura erudita e popular, em termos
filosóficos ambas são igualmente importantes como expressões do
ser humano.
→ Ao
mesmo tempo em que é a produção por da qual o ser humano se faz
plenamente humano, a cultura, na sociedade capitalista, é também
mercadoria.
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Cultura e mercadoria
→ Pensando
nisso, Felix Guatarri distingue três sentidos do termo cultura:
cultura-valor – a cultura é tratada como valor social,
distinguindo quem é culto dos que não são; cultura-alma coletiva –
a cultura tomada como a produção de um povo; cultura-mercadoria –
o conjunto de “bens culturais”, existe um mercado cultural e
difunde-se a cultura pelo mesmo mecanismo de distribuição de
qualquer outro produto.
→ Para
Guatarri, o que prevalece em nosso dias é o conceito de
cultura-mercadoria, embora os outros dois continuem válidos. A
cultura-mercadoria possui um aspecto negativo, porque valoriza a
produção cultural pelo que ela pode render em termos econômicos;
mas também possui um aspecto positivo de democratização ao acesso,
já que não há distinção entre uma “cultura popular” e
“cultura erudita”: ambas são mercadoria.
Deus é mais
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=gXJ7TYgsSpw
ResponderExcluirVídeo interessante! Obrigado!
Excluirhaja mão pra escrever 😓
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