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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Distribuição de pontos 2º bimestre 2016

>>>1º ANO
→ Fetec: 10,0.
→ Gincana: 3,0 (extra).
→ Eleição Colegiado: 2,0 (extra).

→ Resumo Capítulo 02 (1ª parte) - Unidade 01: 1,0.
→ Resumo Capítulo 02 (2ª parte) - Unidade 01: 1,0.
→ Atividades 1 e 3 (pág. 31), e 1, 2, 3 (pág. 33) do Capítulo 02 - Unid. 01: 1,0.
→ Trabalho de pesquisa (Jesus histórico - Ditados populares): 3,0

→ Resumo capítulo 03 - Unidade 01: 4,0.
→ Atividades 1, 2, 3, 4 (pág. 53) do Capítulo 03 - Unid. 01: 1,0.
→ Conceito: 4,0.

>>>2º ANO
→ Fetec: 10,0.
→ Gincana: 3,0 (extra).
→ Trabalho coletivo: 3,0 (extra)

→ Eleição Colegiado: 2,0.
→ Resumo Capítulo 02 (1ª parte) - Unidade 02: 1,0.
→ Resumo Capítulo 02 (2ª parte) - Unidade 02: 1,0.
→ Atividades 1 e 2 (pág. 91), e 1, 2, 5 (pág. 93) do Capítulo 02 - Unid. 02: 1,0.

→ Resumo capítulo 03 - Unidade 02: 2,0.
→ Atividades 1, 2 (pág. 106 - Questões sobre o texto) e 1, 2, 3, 4 (pág. 106 - Em busca do conceito) do Capítulo 03 - Unid. 02: 2,0.
→ Trabalho de pesquisa (Homossexualismo no mundo animal): 2,0.
→ Conceito: 4,0.

>>>3º ANO
→ Fetec: 10,0.
→ Gincana: 3,0 (extra).
→ Trabalho coletivo: 3,0 (extra)

→ Eleição Colegiado: 2,0.
→ Resumo Capítulo 02 (1ª parte) - Unidade 02: 1,0.
→ Resumo Capítulo 02 (2ª parte) - Unidade 02: 1,0.
→ Atividades 1 e 2 (pág. 91), e 1, 2, 5 (pág. 93) do Capítulo 02 - Unid. 02: 1,0.

→ Resumo capítulo 03 - Unidade 02: 2,0.
→ Atividades 1, 2 (pág. 106 - Questões sobre o texto) e 1, 2, 3, 4 (pág. 106 - Em busca do conceito) do Capítulo 03 - Unid. 02: 2,0.
→ Trabalho de pesquisa (Homossexualismo no mundo animal): 2,0.
→ Conceito: 4,0.

Resumo (1ª parte) do Capítulo 02 (Filosofia e outras formas de pensar) da Unidade 01 (Como pensamos?)


A filosofia é um pensamento que não dá respostas prontas e nos força a pensar. Há outras formas de pensamento que fornecem conhecimentos que não interrogamos.
>>> Filosofia e Mitologia
→ O mito é uma narrativa fictícia e imaginada, cujo objetivo é explicar alguma coisa ou algum acontecimento, recorrendo a forças sobrenaturais.
→ A mitologia não é uma religião sistemática e institucionalizada, mas uma espécie de religiosidade aberta e mutante.
→ No século VIII a.C. as principais narrativas mitológicas gregas foram reunidas em poemas épicos por Homero (Ilíada e Odisseia) e Hesíodo (Teogonia e Os trabalhos e os dias).
→ Ainda continuamos a criar mitos, a inventar narrativas mitológicas, porém sem o mesmo apelo que tiveram na Antiguidade.
→O pensamento filosófico desenvolveu-se em uma forma de conhecimento que se diferencia da mitologia; contudo, não a substituiu: continuaram convivendo, às vezes conflituosamente, como ocorre até hoje.
>>> Filosofia e Religião
→ Religião é um conjunto de crenças, em geral amparadas em um texto, compreendidas como uma revelação de Deus (ou um conjunto de deuses).
→ Religiões são dogmáticas, compostas de ritos, tornam-se instituições com hierarquia.
→Características do conhecimento religioso: => conjunto de ideias expressas em um texto ou livro sagrado, compondo o dogma da religião; => organização institucional de um conjunto de pessoas que administram esse conhecimento e a relação das pessoas com ele; => definição de rituais na forma de viver esse conhecimento e se relacionar com ele.
→ Assim como o mito, a religião é uma forma de pensamento, um modo de explicar a natureza, os fatos cotidianos e o sentido da vida humana.
→ As religiões são encontradas em todas as culturas, desde a antiguidade. Elas se relacionam com questões políticas e econômicas, podendo ser manipuladas com objetivos alheios a si.

Resumo (1ª parte) do Capítulo 02 (A linguagem e a cultura: manifestações do humano) da Unidade 02 (O que somos?)


Segundo Aristóteles, o humano é um ser de linguagem, quer dizer, é a linguagem que nos faz humanos.
Os animais se comunicam entre si, mas apenas os humanos são portadores de uma linguagem estruturada.
A linguagem verbal é um sistema simbólico. Está baseada em palavras, que são organizadas em frases e em conjuntos de frases.
As palavras são símbolos, isto é, formas de representar alguma coisa, seja um objeto, seja uma ação.
Platão afirmava que a palavra é um pharmakon, não tendo valor definitivamente positivo, podendo tanto ser usada para nos aproximar das ideias verdadeiras por meio da dialética, quanto ser usada para enganar.
Aristóteles, não concordando inteiramente com Platão, foi talvez o primeiro pensador a tentar mostrar que, embora as palavras sejam convenções, existe uma série de regras de uso que permitem a construção de um discurso verdadeiro, para além da relatividade das palavras. A palavra é um pharmakon, mas é também um organon, isto é, um instrumento do pensamento.
No século XX ocorreria a “virada linguística”, isto é, uma mudança de foco das preocupações da filosofia para a linguagem.
Em sua primeira obra Ludwig Wittgenstein preocupa-se com a essência da linguagem. A linguagem é um sistema de representação e, portanto, é diferente e ao mesmo tempo semelhante ao mundo. O mundo é composto de fatos, e o que a linguagem representa, por meio das proposições, são os fatos. Linguagem e mundo estão intrinsecamente ligados: quanto mais ampla a minha linguagem, mais amplo é meu mundo; quanto mais amplo meu mundo e minha linguagem, mais possibilidade de pensamento eu tenho.
Em sua segunda obra Wittgenstein passa a considerar que o problema não é a busca da essência da linguagem, visto que não existe A linguagem, mas linguagens múltiplas, com os seus diferentes usos. Cada um desses usos é um jogo com suas regras, elementos e formas de funcionamento próprio. O que há são diferentes jogos de linguagem, cada um com seus usos e regras. O significado de uma palavra, portanto, depende do jogo para o qual ela é usada.
A linguagem é uma forma de expressão simbólica, por isso, segundo Ernst Cassirer, podemos compreender o como “animal simbólico”, pois é o ato de simbolizar que nos abre todo o universo da cultura.


Resumo do Capítulo 03 (A ciência e a arte) da Unidade 01 (Como pensamos?)


A relações entre arte e ciência são estreitas, cada uma se apropriando dos conhecimentos da outra durante sua evolução.
→ A ciência é um tipo de pensamento que investiga os fenômenos da natureza e cria conhecimentos sobre ela por um processo de experimentação. É um conhecimento sistemático porque é organizado e procura relacionar as várias partes que compõe esse conhecimento, é metódico porque segue um caminho previamente concebido, utilizando ferramentas adequadas para a obtenção de um resultado.
→ A ciência de hoje foi criada no século XVI e nasceu de um processo iniciado bem antes. A ideia de que só podemos construir explicações com base em fatos observados revolucionou o pensamento científico.
→ Os filósofos gregos falavam em dois níveis de conhecimento: a doxa e a episteme. Doxa: conhecimento baseado nas observações cotidianas e produzido sem método nem sistematização. Episteme: conhecimento racional, também baseado em observações, mas construído de maneira sistemática e metódica.
→ Os primeiros filósofos (pré-socráticos) dedicaram-se a explicar aquilo que chamavam de physis (a natureza). Seu principal problema era a busca pela arkhé, ou o princípio universal de todas as coisas, elemento do qual todas as coisas provêm. Procuravam abandonar as explicações míticas ou religiosas, construindo uma hipótese racional.
→ No século XVI, quando o que chamamos de ciência foi criada e consolidada, discutia-se qual seria o método apropriado para se chegar aos conhecimentos verdadeiros.
→ René Descartes: método cartesiano. O método começa sempre com a dúvida metódica. procedimentos para alcançar o conhecimento de modo seguro: 1) nunca aceitar como verdadeiro algo que fosse possível duvidar; 2) dividir os problemas em problemas menores: análise; 3) conduzir o pensamento de forma ordenada, indo sempre do mais simples para o mais complexo: síntese; 4) revisar a produção do conhecimento em cada etapa, de modo a nada esquecer ou deixar de lado.
→ Esse método, baseado na matemática, concebe a ciência como um conhecimento racional e demonstrativo.
→ O método cartesiano conquistou seguidores, mas também opositores, que sustentaram que o conhecimento verdadeiro só pode ser alcançado partindo-se das observações que fazemos por meio dos sentidos. Esta posição ficou conhecida como empirismo.
→ John Locke: não existem ideias inatas: quando nascemos nossa mente é como uma folha de papel em branco (uma tabula rasa), na qual a experiência vai escrevendo as informações por meio dos sentidos. Distinção entre ideias simples, produzidas diretamente a partir das informações obtidas pelos sentidos, e ideias complexas, produzidas a partir de outras ideias. As ideias simples estão mais próximas da experiência, portanto a chance de estarem erradas é menor.
→ Da combinação destas diferentes posições surgiu o que se denomina ciência moderna, cuja diretriz foi dada pelo filósofo alemão Immanuel Kant: o conhecimento é sempre algo produzido pela razão, mas ela nunca é pura, pois depende dos dados obtidos pelos sentidos.
→ A ciência moderna caracteriza-se por dois aspectos principais: a utilização do método experimental, sua aplicação a um objeto específico.
→ O método científico pode ser caracterizado por cinco passos: => observação: deve ser metódica, rigorosa, seguindo procedimentos e protocolos específicos, definidos pelo método; => formulação de uma hipótese: com base nos fatos observados, faz-se uma reorganização dos dados obtidos, de modo a explicar o que foi visto; => experimentação: verifica-se a hipótese construída, que pode ser ou não comprovada; é uma nova observação feita em condições privilegiadas, simulando a natureza; => generalização: encontrados na experimentação resultados que se repetem, é possível elaborar “leis” gerais ou particulares que expliquem os fenômenos; => elaboração de teorias (modelos): pelos dados obtidos, é possível criar modelos teóricos de aplicação mais geral, capazes de explicar realidades mais complexas.
→ A ciência não cria conceitos, mas funções. A função é a forma de proceder da ciência, que por meio da experiência relaciona determinados aspectos, tomando um em função do outro.
→ A ciência existe desde a Antiguidade, fazendo parte da própria filosofia. A partir do século XVII, alguns ramos começaram a se especializar e se tornar autônomos. Com a consolidação do método científico, sua aplicação a diferentes objetos constituiu diferentes ciências.
→ A física foi a primeira ciência autônoma moderna, seguiram-se a química e a biologia. Somente a partir da segunda metade do século XIX, o método científico, aplicado aos fenômenos humanos com certas adaptações, levou à criação das ciências sociais e das ciências humanas.
→ A partir do século XX, produziu-se a noção de conhecimento científico como um saber aberto, sempre aproximativo e corrigível, e não uma afirmação de verdades absolutas.
→ Atualmente a ciência é cada vez mais uma atividade colaborativa, feita em redes de pesquisa.
>>>Arte: o ser humano como criador
→ Desde as primeiras civilizações humanas, a arte é valorizada como um meio de expressão do potencial criativo dos seres humanos.
→ Nietzsche: a beleza e a criatividade da civilização grega antiga se deveram a sua capacidade de articular duas forças, a princípio opostas: o apolíneo e o dionisíaco. A criação humana depende da articulação destes dois princípios: o dionisíaco nos dá o princípio criativo e o apolíneo nos dá a ordem e a harmonia necessárias para a produção de algo belo. É a arte – com suas forças de criação – que nos faz plenamente humanos, pois ela nos dá a oportunidade de produzir nossa própria vida, construindo o que somos na medida em que vamos vivendo.
→ Analisando a arte e a cultura no século XX, os filósofos Adorno e Horkheimer, criaram o conceito de indústria cultural. Antes deles, outro filósofo alemão, Walter Benjamin, havia publicado um ensaio sobre a questão da arte na sociedade industrial.
→ Benjamin: a natureza da obra de arte transforma-se com a invenção das técnicas de reprodução mecânicas, pois não faz mais sentido falar em original. A reprodução contém um aspecto positivo, pois democratiza o acesso à arte; embora esta perdesse seu caráter singular, de ser única, podia agora ser levada às massas.
→ Adorno e Horkheimer: caráter dessa democratização é problemático, pois a obra de arte reproduzida podia ser transformada em apenas mais uma mercadoria pela lógica capitalista e, como mercadoria, deixava de ser obra de arte. Surgia assim uma nova indústria, a “indústria cultural”, destina a produzir objetos culturais para serem vendidos como mercadoria.
→ O efeito desse processo é a semicultura, isto é, a cultura pela metade. Ouvimos e assistimos o que o mercado e a indústria cultural nos oferece. Pensamos que escolhemos o que gostamos, mas escolhemos apenas a partir das opções que a indústria cultural nos dá.
→ Em que medida a internet pode agir a favor ou contra a indústria cultural. Por um lado a tecnologia permite que os artistas possam criar e divulgar seu trabalho, mesmo sem acesso aos recursos financeiros, nesse sentido, a internet contraria a indústria cultural. Por outro lado, porém, a tecnologia e a internet podem ser, elas mesmas, um reforço da própria indústria cultural.
>>> Arte e criação
→ Ao relacionar-se com o mundo, como qualquer pessoa, o artista experimenta sensações que o afetam, o mobilizam, deixam nela alguma marca. Diferentemente, os artistas são capazes de transformar as percepções e os sentimentos em algo que condensa esse estado.
→ Outra pessoa, quando em contato com o objeto artístico, sente-se afetada por ele. Por isso, Deleuze e Guatarri falam da potência criativa da arte: o que o artista cria é um “bloco de sensações” capaz de provocar novas sensações nas pessoas.
→ É importante ressaltar que os sentimentos da pessoa que usufrui a obra não são necessariamente os mesmos do artista. Cada um tem suas próprias percepções, e uma mesma obra pode provocar reações muito diversas.
>>> As três potências do pensamento
→ Afinal, por que a filosofia mantém com a mitologia, a religião e o senso comum relações muitas vezes conflituosas, enquanto seus vínculos com a arte e a ciência são mais estreitos?
→ Uma obra de arte é produto de uma experiência do pensamento que tem o potencial de despertar em outras pessoas a sensibilidade e a curiosidade, instigando-as a pensar. Da mesma forma, uma teoria científica é também um produto do pensamento e estimula outras pessoas a refletir. A filosofia, igualmente, consiste em produzir conceitos com base em experiências do pensamento e gerar, assim, outros pensamentos.
→ Com as formas de enfrentar o mundo que não convidam nem incitam a um pensamento constante, a filosofia não pode interagir com a mesma intensidade. Com aquelas que estão o tempo todo nos fazendo pensar, a filosofia dialoga, e interfere nelas, da mesma forma que recebe suas influências e interferências.
→ Enquanto a ciência produz funções, a arte produz sensações e a filosofia produz conceitos, as três se complementam na invenção de novas formas de ver o mundo e a vida.

Resumo do Capítulo 03 (Corporeidade, gênero e sexualidade) da Unidade 02 (O que somos?)


Vivemos hoje um “culto ao corpo”, que nem sempre tem a ver com a ideia de saúde e bem-estar. Em geral, o que predomina é a preocupação estética.
Na antiga sociedade moralista, a ética e a virtude impunham uma série de deveres. Hoje, a “sociedade pós-moralista” valoriza o bem estar individual. Em lugar dos deveres, há agora “tarefas” para alcançar a felicidade.
Quando dizemos “eu”, falamos de um corpo ou de outra coisa, um “recheio” que está no corpo? Será o corpo que nos faz ser o que somos?
Podemos destacar a corporeidade como uma das dimensões humanas mais fundamentais.
Os gregos davam muita importância ao corpo. Somos seres constituídos de “soma” e “psique”.
Platão: dualismo psicofísico. Enquanto vive, o ser humano é uma união indissolúvel de um corpo físico mortal com uma alma ideal imortal. É preciso cuidar do corpo para que possamos cuidar da alma.
Aristóteles: hilemorfismo. O ser humano é feito de matéria (corpo físico) e forma (alma). Embora distintas, estas essas duas realidades são inseparáveis. Concepção orgânica: alma é aquilo que anima um corpo, estando totalmente integrada a ele, formando um sistema orgânico.
Idade Média: o corpo é sagrado e ao mesmo tempo fonte de pecado. Caberia à alma, expressão da pureza divina, controlar os desvios do corpo.
Espinosa: corpo-mente. Não utiliza alma, mas a palavra mente. Corpo e mente são uma coisa só. Se nos referimos ao pensamento, chamamos de mente, se nos referimos à matéria, corpo. Concepção não dualista. Pela primeira vez pergunta sobre as possibilidades do corpo. As ações do corpo dependem dos estímulos (afecções) que ele recebe. Dependendo de como é afetado, sua potência de agir aumenta (alegria) ou diminui (tristeza).
Merleau-Ponty: “corpo próprio”. A certeza da existência não está no pensamento mas no corpo. É no ato de percepção que descobrimos que existimos. Critica a filosofia e a fisiologia por serem mecanicistas: o corpo não é um objeto, um mecanismo. Tampouco é pura consciência ou percepção. Meu corpo próprio é a sede da percepção do mundo e de mim mesmo. Única possibilidade de existência concreta.
Foucault: o corpo é lugar em que o poder atua. O “desprezo pelo corpo” na Idade Moderna é apenas aparente, uma forma de não perceber o grande esforço que foi feito para mantê-lo controlado, para tomá-lo como força de trabalho pelo “poder disciplinar”, que atuava individualizando os corpos em instituições disciplinares.
Um dos desdobramentos da corporeidade é a sexualidade: o corpo é sexuado. Em uma visão mecanicista do corpo, o sexo é visto como algo puramente biológico. Mas existe também um dimensão simbólica, que diz respeito à forma como representamos e vivenciamos a corporeidade e que se coloca para além do biológico. Essa dimensão simbólica é o universo da cultura. Se o corpo não é apenas matéria, pois existe em uma dada cultura, a sexualidade está relacionada à dinâmica da vida humana.
Foucault: história da sexualidade: na mesma medida em que se falava de sexo, ele era reprimido. Dois caminhos das civilizações para estabelecer a “verdade” do sexo: 1. “arte erótica” como forma de prescrever as melhores e mais corretas maneiras de viver o sexo; 2. produção de um conhecimento científico sobre o sexo, como forma de procurar sua “verdade”. Dessas duas vertentes surgem duas linhas no sobre o sexo no Ocidente: um saber científico legítimo e uma visão moral do sexo. Nessa visão moral predominou a perspectiva heterossexual.
A vivência da sexualidade envolve uma conjunção dos fatores biológico e cultural, e nela também interfere a “questão do gênero”. Uma coisa é o sexo de cada pessoa visto sob o ponto de vista biológico, outra é o gênero, que também está profundamente ligado à vivência das pessoas em determinada época ou lugar.
Simone de Beauvoir: a condição da mulher na sociedade, a “condição feminina”. “Ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher” conforme vive. A cultura e o pensamento sempre foram dominados pelo homens. Desvendar e compreender essa condição é a tática para poder lutar contra ela, construindo outras realidades para o feminino.
A construção da sexualidade é biológica, cultural e histórica, assim como a construção do que somos em outras esferas.
Deleuze e Guatarri: há muitas “camadas” nas formas pelas quais vivemos a sexualidade e cada pessoa “embaralha” em si mesma o masculino e o feminino, o homossexual e o heterossexual. Se a sexualidade se reduz a dois gêneros é em razão de todo um aparato social repressor que procura conter os jogos do desejo. Um definição de gêneros é sempre algo transitório e que se faz em determinado contexto.
Esse jogo de construções de si mesmo é um jogo de identidades. A cada momento somos chamados a assumir uma identidade. É culturalmente, nas nossas relações sociais, que as identidades de gênero vão sendo construídas. E é também pela produção cultural que elas vão mudando, de acordo com os valores socialmente dominantes.