2º Ano – Resumo: Unidade 02 (O que somos?) - Capítulo 01 (O ser
humano quer conhecer a si mesmo)
→ Em algum momento da vida, praticamente todo ser humano pergunta
a si mesmo: “Quem sou eu?”
→ A partir do século V a. C., Sócrates põe o homem no foco do
pensamento filosófico.
→ Platão: dualismo psicofísico: o ser humano é composto de um
corpo físico, material, imperfeito e mortal, e de uma alma
imaterial, perfeita e imortal.
→ Aristóteles: o ser humano é um “animal racional” e um
“animal político”, quer dizer, é dotado de pensamento e
linguagem.
→ Idade Média: o ser humano era considerado criatura e
instrumento de Deus, e o mais importante era saber o que o criador
espera da criatura.
→ Renascimento e Iluminismo: antropocentrismo contrário ao
teocentrismo da Idade Média; confiança exacerbada na razão humana.
→ Natureza humana versus
Condição humana:
→ Na busca pelo sentido do humano, uma pergunta frequente é: qual
é a natureza humana? Nesta pergunta está implícita a ideia de que
existe uma essência humano que nos distingue dos outros seres. Se
somo dotados de uma natureza humana, quer dizer que já nascemos com
ela.
→ Alguns filósofos, porém, não ficaram satisfeitos e afirmaram
que o ser humano não é definido por uma característica universal,
mas por aquilo que faz de si mesmo, nas realizações humanas no
mundo. Tiraram o foco da essência humana e o colocaram na
existência.
→ Esta condição humana
refere-se aos fatores históricos e sociais em que o ser humano vive
e sobretudo às ações que exerce sob essa condição.
→ Hanna Arendt: a condição
humana é o exercício de uma vida activa,
que se desdobra na três atividades humanas fundamentais: trabalho,
obra, ação. A cada uma dessas atividades corresponde uma condição
humana: ao trabalho a própria vida; à obra a mundanidade; à ação
a pluralidade.
→ Karl Marx, no século XIX, integrou as visões de natureza e
condição humana: por natureza humana entende-se aquilo de
propriamente humano que é identificável em cada indivíduo; por
condição humana entende-se a situação concreta vivida por homens
e mulheres, bem como as características que eles assumem em cada
momento histórico. Em sua época, Marx afirmava que a condição
humana era a alienação no processo do trabalho, ou o trabalho
alienado.
→ Filosofia da existência:
→ Raízes do existencialismo:
Kierkegaard, Nietzsche.
→ Martín Heidegger: adotou o
método fenomenológico de Husserl para investigar o ser humano. O
homem é um Dasein, um
ser-ái, lançado ao mundo; é um ser-no-mundo, ser-com e
ser-com-os-outros. O ser humano é livre, uma vez que tendo sido
lançado no mundo, ele é um projeto. Vive a dimensão da
temporalidade e se descobre como um ser-para-a-morte. Esta
consciência da morte leva a duas possibilidades: ou aceita a morte e
vive uma vida autêntica e criativa, ou foge da consciência da morte
se pré-ocupando com as coisas do mundo, embora esta última escolha
leve sempre à angústia quando novamente se deparar com a morte.
→ Jean-Paul Sarte: dualismo
psícofísico: o ser humano é uma unidade de corpo e consciência; o
corpo é um ser-em-si (que existe em si mesmo, que tem uma
identidade), a consciência é um ser-para-si (que existe para si
mesmo, que sabe que existe mas não tem uma identidade); esta
existência dual é geradora de angústia. A existência precede a
essência. A condição humana é marcada por três realidades:
ser-no-mundo, ser-com-os-outros, ser-para-a-morte. O ser humano nunca
é alguma coisa, ele está sempre em determinada condição, é um
vir-a-ser, um projeto. Em sua relação com os outros, recebe deles
uma identidade, mas aceitar esta identidade imposta fere sua
liberdade; quem o aceita está agindo de má-fé. A recusa da má-fé
está fundada na afirmação da liberdade: o ser humano está
“condenado a ser livre”. A liberdade se traduz no ato de escolha,
toda escolha tem suas consequências, pelas quais somos responsáveis
(a liberdade gera em nós uma angústia); a escolha gera uma
responsabilidade por toda a humanidade, pois alguém escolhe sempre
para si e para os outros.